Em mais uma contundente análise, o colunista Adalberto Paulo Klock abordou em recente artigo o que considera a persistente incapacidade de setores da direita brasileira — especialmente os militares — de assumirem responsabilidade por seus atos históricos e contemporâneos. 6d3wn
Klock inicia sua reflexão apontando para um "histórico golpista" que, segundo ele, envergonha o país e compromete a construção de uma democracia sólida. “Temos uma direita com raízes militares que carrega o fardo de um ado antidemocrático, marcado por perseguições, torturas e negação de direitos fundamentais”, afirma.
Um dos exemplos citados por Klock é uma imagem histórica da ex-presidenta Dilma Rousseff sendo interrogada durante a ditadura militar. “Os oficiais à sua volta escondem o rosto — um gesto revelador. Eles sabiam o que estavam fazendo. Tinham plena consciência dos crimes que cometiam em nome de um regime que perseguia quem fazia o povo pensar: intelectuais, jornalistas, professores e sindicalistas”, denuncia.
O colunista traça um paralelo direto com o presente, ao afirmar que os militares envolvidos em recentes tentativas de subversão da ordem democrática também agem com negação e silêncio. “Até as pedras deste país sabem o que aconteceu. E, mesmo diante de provas e evidências, não há um pingo de dignidade para reconhecer os fatos. São generais que chegaram ao topo sem a honestidade e humildade que o cargo exige”, diz.
Klock critica duramente o que ele chama de “instrumentalização da violência e do armamento contra o povo brasileiro”, contrastando com o que vê como uma postura de transparência da esquerda durante a ditadura militar. “A esquerda nunca escondeu sua luta. Pergunte a qualquer um: ‘Você lutou contra a ditadura?’ A resposta será direta — ‘Sim, lutei pela liberdade e pela justiça social’”, escreve.
Ao encerrar o artigo, o colunista lança uma pergunta provocadora ao público: “Quem vocês preferem: pessoas com integridade e coragem para assumir seus atos, ou aqueles que se escondem por trás da farda e da mentira para conquistar poder e manter a desigualdade?”
A análise de Adalberto Paulo Klock resgata um dos debates mais sensíveis da história recente do Brasil — o legado da ditadura militar e os riscos de sua repetição — e convida à reflexão sobre o tipo de liderança e compromisso democrático que a sociedade deseja construir.
Comentários: 33o6h